Tarifaço de Trump motiva suspensão da produção no setor madeireiro em SC
22/07/2025
(Foto: Reprodução) Produção de móveis em Santa Catarina
Reprodução
O setor de extração de madeira e fabricação de móveis em Santa Catarina está sentindo os efeitos da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Indústrias do Norte do estado interromperam a produção após suspensão das compras pelos clientes estrangeiros.
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Somente no polo madeireiro do Planalto Norte, que reúne as cidades de São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre, o mercado americano é destino de 62% da produção.
"Aqui na região temos empresas que já estão paradas desde a semana passada, outras estão parando esta semana e outras vão parar na semana que vem", declarou Arnaldo Huebl, vice-presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) na região.
Em entrevista à colunista da NSC Estela Benetti, o representante disse ainda que os importadores suspenderam embarques para saber como ficará a demanda do setor com as tarifas de 50%, previstas para 1º de agosto.
"Em 1994, quando a moeda brasileira, o real, teve uma valorização que superou o dólar, houve redução muito acentuada nas exportações, mas elas continuaram. Agora, quem está deixando de comprar é o nosso cliente dos Estados Unidos em função do custo dos produtos. Com a taxa de 50%, fica muito caro e as empresas americanas não poderão repassar isso aos preços", reiterou.
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Atualmente, segundo o setor, as tarifas são de 10% e mais da metade das 398 empresas do Planalto Norte de Santa Catarina exportam para os Estados Unidos. São cerca de 7 mil empregos diretos e o setor não descarta demissões caso as tarifas sejam mantidas.
Arnaldo Huebl, que também é presidente de uma indústria de móveis, afirmou que pretende suspender a produção na próxima semana.
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