Brasileiro que morreu na Ucrânia havia retornado à linha de frente após levar tiros e passar por UTI

  • 08/09/2025
(Foto: Reprodução)
Família de brasileiro morto na guerra da Ucrânia ainda não sabe como será o traslado A morte do brasileiro Bruno de Paula Carvalho Fernandes, de 29 anos, que atuava como soldado em combate na Ucrânia, ganhou um novo contorno com revelações de que o técnico de enfermagem de Governador Valadares havia retornado à linha de frente logo após ser gravemente ferido e internado na Unidade de Terapia Intensiva, numa batalha anterior. Victor Amorim, de 24 anos, o único brasileiro sobrevivente da emboscada que vitimou Bruno no dia 1º de setembro, confirmou que o amigo ainda sentia dores, mas "quis participar da missão mesmo assim". A mulher de Bruno, Cecília Fernandes, chegou a acreditar que o marido estava sendo forçado a voltar para a guerra após os primeiros ferimentos. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 Vales no WhatsApp Semanas antes de morrer, Bruno já havia sido atingido por vários tiros — um deles na cabeça — durante uma batalha, o que exigiu a internação dele em uma UTI. Apesar da gravidade dos ferimentos, ele voltou à linha de frente. Victor Amorim relatou que Bruno ainda sentia dores e disse para ele não aceitar a missão, caso não estivesse seguro. Mas que ele não hesitou porque "realmente gostava de estar" em combate. Já para a mulher do brasileiro, não havia esta opção. Cecília afirmou que Bruno "não podia falar não, estava sendo obrigado a ir" de volta à zona de conflito, sem estar totalmente recuperado. Esposa foi informada por mensagem de texto sobre a morte de Bruno Carvalho. Reprodução A emboscada fatal e os últimos momentos De acordo com Victor, na última segunda-feira (1º), Bruno estava em uma equipe composta por ele e outros dois soldados ucranianos quando foram surpreendidos por um intenso ataque. Victor narrou que a posição deles foi alvo de "muitos bombardeios de morteiros e drones kamikaze", descrevendo a situação como uma emboscada. Durante esse ataque, Bruno foi novamente atingido por um "tiro de raspão na cabeça e um tiro na perna". Victor tentou desesperadamente prestar os primeiros socorros, aplicando um torniquete na perna de Bruno e bandagens nos ferimentos da cabeça, enquanto tentava mantê-lo consciente. No entanto, o ferimento na cabeça era "muito grave" e o sangramento "muito complicado pra parar", necessitando de atendimento médico especializado. Bruno atuava em uma equipe com ucranianos e outros brasileiros Arquivo pessoal Victor relatou ter visto Bruno começar a perder a consciência antes de falecer devido a uma hemorragia. Os dois soldados ucranianos que faziam parte da equipe também morreram no mesmo ataque, tornando Victor o único sobrevivente. Victor foi resgatado em estado grave e internado, sem condições de fala inicialmente, após ser ferido por um fragmento de drone kamikaze na costela. Motivações e a espera da família Bruno frequentemente fazia chamada de vídeo com a esposa e os filhos Arquivo pessoal Bruno, que era pai de dois filhos e havia trabalhado na linha de frente contra a Covid-19 no Brasil como técnico de enfermagem, viajou para a Ucrânia em maio deste ano. Entre as motivações para embarcar para o combate, estava a busca por "fazer um bom dinheiro" atraído por ofertas que chegavam a R$ 30 mil por mês, além de hospedagem, alimentação e transporte pagos pelo governo ucraniano. Segundo a viúva de Bruno, ainda havia a possibilidade de uma "comissão por cada soldado que ele matasse". Ele chegou a vender o carro para custear parte dos gastos iniciais da viagem. Cecília encontrou, pelo menos, sete grupos de recrutamento para brasileiros na Ucrânia nas redes sociais do marido. Horas antes de morrer na Ucrânia, brasileiro envia áudios à esposa Horas antes da última missão, Bruno enviou áudios à esposa, demonstrando estar em paz e confiante de que retornaria: "Não é uma despedida. Jamais. É só uma mensagem de que daqui a uns dias estarei de volta. Deus é conosco". O corpo de Bruno, natural de Barra de São Francisco (ES), está em uma área de difícil acesso, o que dificulta o resgate. A família aguarda um posicionamento oficial do governo ucraniano e do Itamaraty para o traslado. O Itamaraty já havia emitido um alerta consular desaconselhando a participação de brasileiros em atividades militares no exterior. LEIA TAMBÉM: Horas antes de morrer na Ucrânia, brasileiro envia áudios à esposa: 'Daqui a uns dias estarei de volta' Pai, marido e profissional da saúde na linha de frente da Covid-19: veja quem era o brasileiro morto na guerra da Ucrânia 'Não sei se vou poder me despedir do meu filho', diz mãe de brasileiro que morreu na guerra da Ucrânia Pai, marido e profissional da saúde na linha de frente da Covid-19: veja quem era o brasileiro morto na guerra da Ucrânia Redes sociais Vídeos do Leste e Nordeste de Minas Gerais Veja outras notícias da região em g1 Vales de Minas Gerais.

FONTE: https://g1.globo.com/mg/vales-mg/noticia/2025/09/08/brasileiro-que-morreu-na-ucrania-havia-retornado-a-linha-de-frente-apos-levar-tiros-e-passar-por-uti.ghtml


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