Brasileiro que vivia em Governador Valadares morre na guerra da Ucrânia
02/09/2025
(Foto: Reprodução) Brasileiro que vivia em Governador Valadares morre na guerra da Ucrânia
Arquivo pessoal
Um brasileiro, de 29 anos, foi morto nessa segunda-feira (1º), durante batalha na guerra da Ucrânia. Bruno de Paula Carvalho Fernandes, morador de Governador Valadares, morreu durante uma emboscada na linha de frente do conflito, onde atuava como voluntário desde maio -- há cerca de quatro meses. A informação foi confirmada pela família, no Leste de Minas.
De acordo com a esposa, mãe dos dois filhos de Bruno, a comunicação sobre a morte foi feita por uma responsável pela equipe ucraniana com quem ele atuava. Bruno estava com outros três combatentes, dois ucranianos e um brasileiro. Apenas o brasileiro sobreviveu, mas permanece internado e sem condições de fala, segundo os relatos.
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A decisão de viajar para a Ucrânia foi mantida em sigilo e nem familiares próximos sabiam da intenção dele. A família aguarda informações oficiais sobre o traslado do corpo para que o sepultamento seja realizado.
Bruno vivia em Governador Valadares há quatro anos com a atual companheira, Cecília Fernandes, mas era natural de Barra do São Francisco, no Espírito Santo.
Bruno atuava em uma equipe com ucranianos e outros brasileiros
Arquivo pessoal
Ele embarcou em fevereiro deste ano, segundo amigos próximos. Bruno completou 29 anos no último dia 30 de junho, já em solo ucraniano, e morreu no domingo (31), por volta de 9h50 da manhã no horário de Brasília, o que corresponde a cerca de 15h50 no horário local.
Cecília contou que recebeu a notícia da morte de Bruno imediatamente, por mensagem de uma tradutora que coordenava a equipe de voluntários. Ela relatou ainda que sonhou com a morte do companheiro na noite anterior ao ocorrido.
Esposa foi informada por mensagem de texto sobre a morte de Bruno Carvalho.
Reprodução
Antes de se voluntariar para a guerra, Bruno atuava como técnico de enfermagem. Ele trabalhava em um hospital de Mantena, onde conheceu a esposa. Depois, passou a trabalhar no Hospital São Vicente, onde foi um dos profissionais de saúde na linha de frente contra a Covid-19.
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Bruno foi registrado como soldado ucraniano
Arquivo pessoal
Durante o período mais crítico da pandemia, participou de cinco a oito transferências diárias de pacientes e também atuava em ambulâncias do Samu, mesmo nas folgas, para reforçar o atendimento hospitalar.
Em 2022, Bruno foi contratado para assumir um cargo de técnico no Hospital Regional de Governador Valadares, onde permaneceu até fevereiro deste ano, quando decidiu se alistar para o exército ucraniano.
Bruno deixou dois filhos: uma menina de 6 anos, que ele criou desde a gestação, e um menino de 5 anos, filho biológico dele. Cecília contou que o casal se conheceu quando ela ainda estava grávida da primeira filha. Desde então, Bruno assumiu o papel de pai.
“A menina chamava ele de pai. A gente começou a namorar quando eu ainda estava grávida. Desde então ele esteve presente em tudo”, afirmou.
O g1 entrou em contato com o Itamaraty solicitando outras informações sobre o caso, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
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